27.6.14

Serração




“The Seattle Cedar mill, located just west of the Ballard Bridge, was the largest in Ballard. At the mill, logs were cut into lumber which was then dried for at least nine months before being sold. The stacks of drying lumber were over 50 feet high.”



26.6.14

Ratazanas




“In 1876, Pike’s Peak Signal Station attendant Private John O’Keefe told tall tales of life in the station to lawyer, newspaper man and drinking friend, Eliphat Price. O’Keefe recounted a story of large, man-eating rats that lived in caves on Pikes Peak.
“The story grew to include how these rats attacked him and his wife and daughter in the station itself – devouring a side of beef in less than five minutes. While Private O’Keefe tried to protect his family using a club to fend off the rats, it was actually Mrs. O’Keefe who saved the day by electrocuting the rats with a coil of wire connected to the signal station’s battery.
“According to the story, her efforts were too late. Before she could connect the wire to the battery terminals, hundreds of these killer rats had already devoured Erin, the O’Keefe’s only daughter.
“O’Keefe quickly erected a grave on the summit to support his story and to woo tourists. However, O’Keefe wasn’t married and he didn’t have a daughter. Despite this, the story hit the wires and ended up being published in many newspapers around the globe.”

13.9.13

Ouvido esta manhã, em pleno Alentejo

"Não tem jeito nenhum, agora vai a pé, gastando os sapatos..."

10.8.13

10.7.13

Há minutos, na Antena 1:

"...as pessoas, hoje, não sabem amanhã..."

9.7.13

Evolução do Calendário Romano




O Calendário de Rómulo durou de ca. 753 aC até a 713 aC. Tinha só dez meses e o equinócio da primavera no primeiro; consistia em 304 dias.




Numa Pompilius, o segundo dos sete reis tradicionais de Roma, empreendeu uma reforma no calendário por volta do ano de 713 aC.



Em 46 aC, Júlio César reforma o calendário romano que perdura até hoje, ainda que tenha sofrido pequenas alterações na Idade Média.

A alteração dos nomes do quinto e do sexto meses, Junho e Agosto, em honra dos dois imperadores, Júlio César e Augusto, respectivamente, só foi realizada alguns anos mais tarde.

Alguns imperadores, nos séculos seguintes, conseguiram alterar os nomes de alguns meses, ainda que o Senado tenha chumbado as propostas de outros.


Calendário Juliano




Um método que os romanos usavam para identificar um ano, para poderem fazer uma datação, era darem-lhe o nome dos dois cônsules que estavam no poder nesses anos. Esses eram, assim, os anos consulares. Desde 153 aC que eles tomavam posse a 1 de Janeiro. O ano 525 dC, por exemplo, era, em linguagem romana, o ano do consulado de Probus Junior.

Outro método de datação, embora mais raro e usado apenas pelos historiadores romanos para grandes períodos de tempo, e não anos, era o de iniciar a contagem a partir de 753 aC, a data da fundação de Roma. O ano 1 Ab Urbe Condita é o ano "da fundação da cidade". 




Dionisius Exiguus, ou Dionísio Exíguo (pequeno), (ca. 470-ca. 544), foi um monge que criou o Anno Domini, o nosso depois de Cristo.

Na verdade, o esquema dele seria apenas para identificar as várias Páscoas na sua tabela, mas chegou a afirmar que o tal ano do consulado de Probus Junior estava 525 anos depois da encarnação de Nosso Senhor Jesus Cristo.

É incerto como chegou a este cálculo, mas há provas do sistema que usou, pois o principal objectivo dele era substituir os anos dioclecianos (do imperador homónimo) na tabela das Páscoas que era entretanto usada.

Apesar de Dionísio ter sido o primeiro a usá-lo, não como um número mas como uma palavra (nulla), o ano zero não existe no sistema Anno Domini que é usado no calendário gregoriano.

Assim, o terceiro milénio começou no dia 1 de Janeiro de 2001 e não em 2000, como eu me fartei de gritar na noite de 31 de Dezembro de 1999, mas ninguém no Terreiro do Paço me quis ouvir.

8.7.13


Foi há quase três semanas que estava a estacionar a carrinha quando vejo ao fundo no cimo da rua uma mulher aos gritos, ora levando as mãos à cabeça ora levantando os braços ao céu. De algum modo, suspeitei logo do que se tratava. Mas paralisei. A rua estava vazia, era cedo, a aldeia ainda estava a acordar. Os gritos apareciam e desapareciam enquanto a mulher entrava e saía de casa continuamente. Logo a seguir, um homem que passava por ali aproximou-se e ela agarrou-lhe o braço. Aos poucos, muito aos poucos, assomavam à porta uma ou outra velha, com um pano de cozinha ou uma vassoura nas mãos, espreitando, algumas dissimuladamente outras nem tanto. Abri o meu local de trabalho, as janelas e as luzes, e regressei à esquina. Entretanto, já se tinham juntado algumas mulheres naquela porta, algumas paralisadas pelo medo, com a mão na boca, outras irrompendo pela porta fora com as mãos na cabeça. O homem que passava e que foi puxado lá para dentro nunca mais saiu. Imaginava que ele estivesse de alguma forma a tentar cortar a corda ou a ligar para a polícia. Ver aquele número de pessoas que acorriam, e a ocasional mulher que passava por mim, descendo a rua a correr e a chorar, libertou-me da indecisão cínica por que tinha passado minutos antes, ainda com a mala ao ombro e as chaves da carrinha na mão, de ir acorrer ou não. O mal já estava feito, isso era óbvio, eu não iria fazer nada que o pudesse ter evitado. Naquele momento, a última coisa que queria era ver um homem pendurado numa árvore. É certo que a minha predisposição me leva sempre a bloquear as emoções e a abraçar a vertente prática - neste caso, urgente - da situação, pelo que o mais certo seria ter procurado uma maneira de cortar a corda ou outra qualquer forma de arrancar dali o homem, talvez até tentar manobras de reanimação, independentemente de ele estar morto há minutos ou horas, não sabia. Ao longo do dia surgiram as inevitáveis flores de folclore, que o corpo ainda estaria quente, etc etc. Isto provocou-me arrepios como se estivesse a imaginar uma cobra. E, segundo atrás de segundo, abracei o cinismo, egocentrei-me enquanto observava o cimo da rua a ficar cada vez mais negro a cada pincelada de mulher que acorria e se juntava. Não mexi uma palha. Liguei à gnr mas tinham mesmo acabado de ser avisados. Notei que a ambulância do inem andou um pouco à procura da casa, e pensei em correr para os ir ajudar, mas não podia deixar o meu local de trabalho e talvez isso nem fosse assim tão útil. Este sítio é tão estúpido, absurdo e incompreensível para mim que a minha estratégia vital é a de, há já algum tempo, reprimir as emoções e não sair de casa, não ver nada nem ninguém. Foi isso que fiz, virar as costas. Este sítio agarra-se a mim como uma goma peganhenta e nauseabunda que evita até que cada poro respire, entranha-se na alma. A última coisa que precisava agora era de ver um homem pendurado à minha frente, as calças mijadas, a língua de fora, o sangue no pescoço, o cabelo despenteado, os dedos tesos e os pés flácidos. Entrei em modo de sobrevivência. As mulheres desciam a rua tapando o grito com a mão. O pranto colectivo é uma coisa muito poderosa. Estranhamente, é uma concentração de emoções individuais que perpassam de pessoa para pessoa, como se cada uma fosse pintada de uma cor, e de longe só se vê um aglomerado daquela cor, um jardim de dor e consolação, o que cada um sente já não é só seu mas uma parte de um todo. Como o amor.

7.7.13

.

é tarde. traduzo. escrevo. é quente a mesa, o quarto, a parede. sons de água corrente atravessam a parede. pessoas que se vão deitar. um carro passa, depois outro, muito depois. em quartos abalados trabalho na massa tremenda dos poemas. que faço eu aqui? toco as pessoas como uma criança toca com um pau num bicho morto na terra. o pau treme, vacila, é curioso e não sabe. e o que são as pessoas? reflexos de mim? procurarei reflexos, inversos? quem viaja para o outro lado do mundo não se contenta geralmente em ir para o bairro seguinte, em virar na próxima à esquerda. a música das esferas tranquiliza-me. é normal, vem da infância. porque um homem com a idade do cristo ainda tem viva a tatuagem da infância. mas procura fugir. porque procura fugir? porque é que fugir é uma procura? porquê procurar? porque é que é tarde e escrevo e a parede é quente, e as letras ardem, mordem a ponta dos dedos, porque é que a solidão nos faz escrever coisas destas? why the fuck do i feel like a robot?

6.7.13

Coração humano


Leonardo Da Vinci, ca. 1500

E a palavra da semana é...


Commotio cordis (agitação do coração):

perturbação do ritmo cardíaco que ocorre quando há um impacto forte e directo na área do coração num determinado momento do ciclo do batimento cardíaco, provocando muitas vezes paragem cardio-respiratória e morte súbita.


Procurar paralelos com:

Dim Mak (O toque da Morte) ou a Técnica de Explodir o Coração com Cinco Pontos Manuais


Não confundir com isto 


nem com isto


mas anda lá perto...

Sonho


The New Yorker


Bob Mankoff, editor dos cartoons da New Yorker desde 1997 e cartunista da casa há mais de trinta anos, escolhe alguns dos seus preferidos.





    "Para ti foi rápido."


    A vida sem Mozart 

    "Nunca, mas nunca penses fora da caixa." 

    "Claro que eu me ralo como tu imaginavas que eu pensava que tu percebias como eu queria que te sentisses."

Mais aqui

apatia vs. letargia

E este apareceu no Family Guy...


4.7.13

Death mask photo

Imagino como será a minha cara quando morrer. Ao pensar nisto, hoje de manhã ao acordar,  nem sequer me imaginava velho numa qualquer situação (tombado sobre os papéis na secretária, deitado na cama, estatelado no alcatrão...), mas sim a minha cara actual, o homem de 32 anos. Seria como estar a dormir? O meu tio, quando o vi no caixão, parecia dormir. Estava sereno, tinha uma expressão de miúdo. (Sereno ou inerte? Qual é a diferença?) Será a minha expressão inerte como quando durmo? Às vezes não consigo adormecer porque tenho medo de não acordar. Fico deitado a ouvir os sons todos que surgem, um motor, um carro, gatos, a mulher que puxa o lençol e respira pesadamente leve. A casa respira de noite, estala  as suas armações interiores como um glaciar a quem puxaram o lençol. E não consigo dormir. Tenho pavor. É difícil lidar com coisas com as quais é impossível deter o mínimo de controlo. Nomeadamente, a morte. A vida controla-se, ou antes, gere-se o melhor que se pode: evitar gorduras, olhar antes de atravessar, não sair quando há trovoada. A morte não. É mais fácil lidar com um estranho, falar com ele, desprezá-lo, provocá-lo. A morte nem resposta dá. Estou no tecto do quarto a olhar para mim. Durmo? Estou sereno? Qual é a expressão na minha cara?


3.7.13

Homem de Piscos

Ribeira de Piscos, Foz Côa

(...)
Embora não seja caso único, a verdade é que a representação humana é particularmente rara no contexto da arte paleolítica, o que acaba por valorizar ainda mais este “homem” gravado numa das rochas do ribeiro de Piscos, pequeno afluente do Côa.
Datado do período Magdalenense, há cerca de doze mil anos, o “Homem de Piscos” possui 63 centímetros de altura e 22 de largura. Representado em pé, mas ligeiramente inclinado para a sua frente, encontra-se de perfil, virado para a direita. Embora o rosto seja algo caricatural, com um queixo bastante pronunciado [pode ser a maçã de Adão, outra característica associada ao falo] (característica semelhante a outras gravuras paleolíticas conhecidas, como as da gruta francesa de La Marche, em Lussac-les-Châteaux, onde foram “retratados” de forma caricatural mais de cem rostos!), percebe-se a mestria do autor que, com um traço muito fino e simples, dá um grande naturalismo à cabeça e face, nas quais se encontram representados o olho e a orelha.
Da gravura ressalta de imediato o seu carácter absolutamente fálico (com semelhanças a uma outra gravura paleolítica, de Sous-Grand-Lac). Do falo erecto é de realçar a excepcional representação da glande, de onde sai um pequeno traço. Este pormenor, associado ao facto da face se apresentar com a boca aberta, tem levado os investigadores a interpretarem esta gravura como a figuração de um orgasmo.
(...)