3.7.13

Homem de Piscos

Ribeira de Piscos, Foz Côa

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Embora não seja caso único, a verdade é que a representação humana é particularmente rara no contexto da arte paleolítica, o que acaba por valorizar ainda mais este “homem” gravado numa das rochas do ribeiro de Piscos, pequeno afluente do Côa.
Datado do período Magdalenense, há cerca de doze mil anos, o “Homem de Piscos” possui 63 centímetros de altura e 22 de largura. Representado em pé, mas ligeiramente inclinado para a sua frente, encontra-se de perfil, virado para a direita. Embora o rosto seja algo caricatural, com um queixo bastante pronunciado [pode ser a maçã de Adão, outra característica associada ao falo] (característica semelhante a outras gravuras paleolíticas conhecidas, como as da gruta francesa de La Marche, em Lussac-les-Châteaux, onde foram “retratados” de forma caricatural mais de cem rostos!), percebe-se a mestria do autor que, com um traço muito fino e simples, dá um grande naturalismo à cabeça e face, nas quais se encontram representados o olho e a orelha.
Da gravura ressalta de imediato o seu carácter absolutamente fálico (com semelhanças a uma outra gravura paleolítica, de Sous-Grand-Lac). Do falo erecto é de realçar a excepcional representação da glande, de onde sai um pequeno traço. Este pormenor, associado ao facto da face se apresentar com a boca aberta, tem levado os investigadores a interpretarem esta gravura como a figuração de um orgasmo.
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