em relação a isto:
(tanta coisa só pra dizer que isto foi uma péssima ideia...)
vamos por partes:
àparte aquilo que se vê e ouve, ignoro completamente o resto da peça.
o site dela ostenta bem o aviso quanto à linguagem.
"é uma vergonha para os idosos!"
"os artistas não têm culpa."
o problema, lá está, é da programação. tivessem sido convidados para ajudar a promover a exibição ou, no outro caso, tenha sido o inatel a organizar a excursão, é absurdo promover um acontecimento artístico (a peça ou a excursão) que, como todos, tem o seu público alvo, e exibi-lo ao público errado. não que eu esteja a dizer que isso seja rígido (é, até, bastante lato, se nos pusermos a pensar nisso), mas continuam a existir linhas de orientação pelas quais as pessoas, profissionalmente ou não, se regem. (há quem lhes chame hábitos ou protocolos sociais...)
quero com isto dizer que não se trata de pérolas a porcos, nada disso, nem de o oposto (falta-me a expressão popular...).
mas não se pode dar a um público menos urbano e menos habituado (penso serem estes os termos mais confortáveis) a este tipo de coisas, espectáculos e/ou situações às quais, nós urbanos, já lidamos tão hábil e facilmente, mas que para esse público são estranhos e o inverso daquilo que costuma preencher os seus dias, as suas vidas.
da mesma forma que um citadino poderá chegar a uma vila do interior (por vezes basta sair só da cidade) e estranhar tudo à sua volta, o ambiente, as pessoas. e, caso fosse assistir a um trabalho representado por habitantes locais que nunca tivessem pisado um palco ou sequer lido uma peça, talvez ficasse desanimado.
um concerto da laurie anderson ou dos ena pá 2000, uma exposição do Giger, um filme do Von Trier (isto com todo o respeito por estes artistas que, já agora, adoro), por exemplo, na minha aldeia provocariam um escândalo. ou talvez não, o que exemplifica que tudo o que disse aqui pode ser ou não ser válido ao mesmo tempo.
uma palavra para quem montou o filme, que revela que sabe algumas coisitas de montagem (e, note-se, isto não é querer insultar ninguém) e de happy endings jocosos.
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